04 agosto 2010

RETALHOS TELEFÉRICOS...



O início desta página vem de algum tempo,
muitas dezenas de folhas rasgadas,
outras centenas amassadas,
jogadas em algum canto para o futuro guardadas...

Acumulando letras malabaristas,
palavras encantadas mas distorcidas,
porque ainda não se apresentavam bem quistas,
definidas e precisas para este alguém tão merecidas...

Apaixonadamente acarinhada para acontecer,
aquela necessidade premente de apenas findar nada mais,
em montanhas de pensamentos coloridos ao adormecer,
tal qual suntuosos e sofisticados retalhos artesanais...

Até da invejada Grenoble lembrei,
Jardin de Ville, em meus sonhos adornados avistei,
Bastille,
La Vie en Rose, desritmadamente por ela cantei...

Procurava por seus lábios para com o indicador tocar
para daqueles momentos extasiantes não lembrar,
imaginando que assim surgisse em forma tosca,
nua, instigante, a minha revirada e buscada palavra...

Então senti pairar aqueles momentos gregos,
viajei externamente pelo mundo dela,
e vi em aquarela,
o vento brincando com os seus cabelos...

Terna,
linda,
sorridente,
exuberantemente bela...

De que valem as palavras,
se a presença sonhada não se faz presente?...

De bom grado estaria em algum lugar de vida pulsante,
contemplar-te mesmo de longe em alta definição, mesmo distante ,
ou até mesmo com a mão direita recostando a mente cansada,
numa londrina cabine telefônica avermelhada...

SALOMÉ D´ILLE DE FRANCE

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