Um brasileiro muito viajado, culto e educado que não acredita mais no sistema.
Carlos Carbonel desistiu de tudo.
Depois de tentar, tentar, tentar e falhar, ele virou um morador de rua.
Mas sua história não é tão curta assim, e nem tão simples, e antes que todos o esqueçam, ele veio aqui narrar os seus acontecimentos e nos provocar.
Esse ilustre morador de rua já frequentou faculdade, era aluno da escola Politécnica da Universidade de São Paulo (USP), onde fazia Engenharia.
Tem mulher e filhos, mas foi obrigado a abandonar tudo durante a ditadura militar.
Carbonel conta que teve alguns amigos desaparecidos e por medo de se tornar mais uma vítima do sistema ditatorial em 1976 simplesmente arrumou as suas coisas, abandonou a família e saiu de São Paulo.
Quando dizemos que ele é viajado, não é exagero, Carbonel saiu de São Paulo e foi para o Mato Grosso, depois para o Paraguai e logo voltou para o Brasil.
Foi viver no nordeste, em Belém (PA), chegou a ter um estúdio de fotografia, viajou para vários países da América do Sul sem passaporte, foi muito para Itália, França e Alemanha, ficou durante três anos e meio na Suíça e chegou a ganhar o suficiente para se manter.
Lá, procurou celebridades para fotografar.
Estava tudo ótimo.
De volta ao Brasil, foi pego por um plano econômico que novamente tirou tudo o que tinha, aí ele desistiu de vez.
"Não acredito mais no sistema", diz Carbonel. Hoje, mora nas ruas e trabalha como um reciclador, um catador de papel, que às vezes precisa apelar para a caridade quando não tem dinheiro para comer, e conclui: "Não sou feliz, parei de tentar ser".
Fonte: Provocações
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