01 fevereiro 2011

Samambaias...


Febre nos anos 80, a exótica planta ressurge com destaque em modernos projetos de paisagismo.

Pouca gente sabe, mas a samambaia que todo mundo conhece – e que marcava presença em nove de cada dez lares nos anos 80 – é apenas um dos muitos tipos desta planta.

A mais famosa, é a chamada samambaia de metro.

Outras, conhecidas como avenca, chifre-de-veado, renda portuguesa e renda francesa são também samambaias.

Depois de anos esquecida e até mesmo considerada por muitos como algo kitch na decoração (se é que podemos falar em moda quando o assunto são as plantas), ela volta a figurar em projetos de paisagismo contemporâneos, em especial nos jardins verticais.

A samambaia é um dos primeiros DNAs da Terra.

Junto com os musgos, são as plantas mais antigas do planeta. Há anos, voltei a usá-las em jardins verticais não só por sua textura maravilhosa, mas porque de fato trata-se de um clássico, em especial as de metro.

A palavra samambaia significa, do tupi-guarani, “aquilo que se desenrola no próprio tronco”.

Houve época em que jardins impecáveis exibiam rendas portuguesas gigantes forrando o gramado, enquanto as samambaias de metro se despencavam de seus xaxins presos no teto com suas pontas chegando quase a tocar o chão.

Hoje, elas estão reconquistando seu espaço, com sua linda gama de verdes.

Xaxim, não. Coxim!

O xaxim – onde as samambaias eram normalmente plantadas – tem origem em uma variedade nativa da própria planta, a samambaiaçu.

O xaxim era o substrato excelente para as samambaias, porque lhes fornecia os nutrientes necessários.

Mas, atualmente, está proibida a venda, em função da sua extração indiscriminada na Mata Atlântica, levando quase à extinção.

Assim, a saída encontrada por botânicos e agrônomos foi utilizar um material semelhante ao xaxim para a fabricação de vasos e painéis – empregados nos modernos jardins verticais –, que hoje em dia são feitos com fibra de coco.

É o chamado coxim.

O aspecto é parecido, porém a fibra de coco não é um substrato tão bom quanto o xaxim.

Portanto, as plantas colocadas em vasos ou placas de fibra de coco devem ser sempre acrescidas de um substrato com terra adubada.

Cuide bem da sua samambaia - As samambaias normalmente gostam de meia sombra e de ambientes úmidos, reproduzindo o habitat na Mata Atlântica; - Elas não podem ficar expostas ao sol, caso contrário amarelam totalmente.

Se for o caso, que seja o sol da manhã, mas de forma indireta; - As samambaias gostam de ficar sob um terraço, uma árvore, sempre à meia sombra; - A rega pode ser feita três vezes por semana, no mínimo.

Mas tudo depende da estação do ano. No verão, a água evapora mais rápido, então é preciso regá-la mais. No inverno, a umidade permanece na planta, então pode-se regar menos.

O importante é manter o vaso sempre úmido; - A samambaia de metro ou a amazônica devem ficar penduradas em vasos ou placas de fibra de coco.

Já as rendas portuguesas e outras samambaias que não ficam pendentes podem ser plantadas na terra, em canteiros, mas em locais sombreados; - Esse tipo de planta se desenvolve bem em regiões quentes e úmidas, como a Mata Atlântica; - Uma muda dessa planta precisa de espaço para crescer.

A de metro, como o nome já diz, fica imensa; - Samambaias devem ser totalmente podadas no inverno. Assim, elas brotam em dobro na primavera; - Para mantê-las saudáveis, deve-se usar adubos nitrogenados, que favorecem as folhas, além de inseticidas contra pulgões e cochonilhas.

Imagine que muito antes de existirem plantas com flores, gigantescas plantas dominavam florestas imensas e nem sequer produziam sementes. A cena existiu na verdade, há milhões de anos, quando samambaias gigantes cobriam a Terra de verde e se propagavam por meio de esporos ou pela divisão de seus rizomas. Elas são realmente muito antigas, tanto que várias das famílias das samambaias já nem existem mais.

O nome “samambaia” vem do tupi “ham ã’bae” e significa “aquele que se torce em espiral”. Seu habitat natural não são apenas bosques e florestas: algumas samambaias podem viver nas rochas, outras em penhascos à beira do mar e há aquelas que vivem na água. O certo é que ao longo destes milhões de anos, as espécies foram se adaptando a todo tipo de ambiente. Entretanto, uma característica em comum à maioria das espécies é a preferência por locais sombreados. A dica é importante para quem quer ter sucesso no cultivo destas plantas: se conseguirmos reproduzir em casa as condições naturais em que elas vivem, os resultados serão bem melhores!

Das várias famílias botânicas (que sobreviveram) das samambaias, nove são mais conhecidas e a maior parte dos gêneros utilizados em paisagismo é proveniente dos trópicos, com destaque para as espécies que pertencem à família das Polipodiáceas. Aqui, vamos citar os gêneros mais famosos e algumas espécies que melhor exemplificam:

Família das Polipodiáceas
Gêneros mais conhecidos:
. Asplenium (ex: asplênio ninho-de-passarinho)
. Adiantum ex: avencas)
. Davallia (ex: renda-portuguesa)
. Nephrolepsis (ex: paulistinha)
. Polypodium (ex: samambaia-de-metro, do amazonas, etc.)
. Pteris (samambaia-prata)

Família das Equisetáceas
Gênero mais conhecido:
. Equisetum (ex: cavalinha)

Família das Equizeáceas
Gênero mais conhecido:
. Lygodium (ex: samambaia-trepadeira)

Família das Ciateáceas
Gêneros mais conhecidos:
. Cyathea e Alsophila (ex: samambaiaçús)

Família das Dicksoniáceas
Gênero mais conhecido:
. - Dicksonia (ex: Dicksonia sellowianna, usada na fabricação de xaxins)

Multiplicando as formas
As nove principais famílias botânicas reúnem cerca de 10 mil espécies de samambaias, oferecendo uma enorme variedade de tamanhos e formas, lembrando rendas, chifres, espinhas de peixe, etc.

Multiplicar estas maravilhas da natureza pode render novos e belos exemplares. Como já foi explicado, são dois os processos de reprodução das samambaias: vegetativo e por esporos. A multiplicação por esporos é bem mais complicada e exige conhecimento e técnica. Por essa razão, vamos nos concentrar na propagação vegetativa – mais simples, que pode ser feita por qualquer “aprendiz de jardineiro”:

* Divisão de touceiras:
Um vaso bem cheio pode render boas mudas. Comece retirando a planta do vaso, com muito cuidado para não machucá-la, soltando todo o torrão. Vá manipulando o torrão delicadamente, soltando a terra, até localizar as touceiras. Aí é só separá-las e plantá-las em seus novos recipientes. Aproveite para limpar as mudas, retirando os ramos secos e as folhas da base.

* Divisão de rizomas:
É o sistema usado para multiplicar espécies como renda-portuguesa(Davallia) e samambaia-amazônica (Polypodium).

Quando a planta produzir aquela “rede de rizomas excedentes”, retire-os cortando com um canivete ou tesoura bem afiados.

Observe que os rizomas devem ter pelo menos duas gemas (são os pontos de crescimento, onde nascerão as mudas). Plante os rizomas (com cerca de 10 cm) nos novos vasos, já com terra preparada, sem enterrá-los, coloque-os obliquamente.

Extração de mudas:
Este método é usado para as variedades conhecidas como chifre-de-veado (do gênero Platycerium).

Elas geram brotações ou filhotes, que surgem nas paredes dos vasos e nas placas de xaxim. Para retirar estes filhotes, é preciso esperar que a muda comece a soltar as primeiras folhinhas compridas.

Usando um canivete bem afiado, recorte o pedaço de xaxim onde está a muda e plante no novo local.

Para dar maior firmeza, pode-se prender a plaquinha com a muda usando um pedaço de arame ou ráfia.

Dicas de Cultivo
A maior parte das espécies preferem ambientes sombreados.

Cantinhos úmidos e sombreados no jardim são ótimos locais.
O vento é um dos maiores inimigos das samambaias, causando “queima” das folhas mais jovens e perda de água por evaporação.

Samambaias não gostam de alterações de lugar, pois elas acostumam-se com a luminosidade, temperatura e umidade local, podendo definhar e até morrer com as mudanças.

A mistura de terra para cultivo deve ter um pouco de pó de xaxim ou composto orgânico bem curtido.

Para a maioria das espécies a seguinte mistura vai bem: 1 parte de terra, 2 partes de composto orgânico ou pó de xaxim e 1 parte de areia grossa.

Recomenda-se manter o solo sempre úmido, mas cuidado com os excessos: nada de encharcar.

Normalmente as samambaias são cultivadas em xaxins, que retêm mais a umidade e permitem que as raízes respirem melhor.

Atualmente, temos a opção dos vasos e placas feitos com fibra de coco – que substituem o xaxim, preservando a Dicksonia sellowianna, em vias de extinção.

A limpeza da planta é importante: aproveite para eliminar ramos secos ou doentes.
Uma vez por mês, pode-se aplicar fertilizante específico para samambaias, seguindo as orientações do fabricante.

Fora com as pragas
As samambaias são pouco atacadas por pragas, mas podem ocorrer tatuzinhos, lesmas e pulgões.

O ideal é evitar o uso de inseticidas.


Pode falar que é cafona, brega ou fora de moda, eu gosto.


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