21 junho 2010

CONHEÇA UM POUCO DA HISTÓRIA DE JACAREPAGUÁ...









Jacarepaguá deriva-se de três palavras da língua Tupi-Guarani: YACARE (jacaré), UPÁ (lagoa) e GUÁ (baixa) - A “Baixa lagoa dos jacarés”.

Na época da colonização, as lagoas da baixada de Jacarepaguá eram repletas de jacarés, daí o nome.

Antes da chegada dos europeus, a imensa região não tinha dono, embora existisse uma rica diversidade de seres vivos.

Índios, animais e vegetais conviviam com inteligência em simetria às leis da Natureza. Essa harmonia ambiental cessou com o descobrimento do Brasil. O rei de Portugal passou a ser proprietário de tudo, com o poder de dividir o mundo descoberto entre vassalos, sem contudo, perder a autoridade central e absoluta. Seus representantes no Brasil também tinha direito de doar em seu nome terras para agricultura. Eram chamadas Sesmarias.

A História de Jacarepaguá começou em 1567, dois anos após a fundação da cidade do Rio de Janeiro, quando Salvador Correia de Sá assumiu o cargo de primeiro governador da nova cidade e concedeu a dois auxiliares da administração, Jerônimo Fernandes e Julião Rangel, as terras de Jacarepaguá.

Porém, Jerônimo e Julião nunca tomaram posse da Sesmarias concedidas. Mais tarde, em 1594, o governador Salvador Correia de Sá revogou o ato anterior e doou as Sesmarias para seus filhos Gonçalo e Martim. A data da carta da concessão é de 09 de setembro de 1594.

Os dois irmãos iniciaram a colonização de Jacarepaguá, principalmente Gonçalo. Martim dedicou-se mais à política. Foi governador do Rio de Janeiro, em dois períodos, no início do século XVII.

Martim casou-se com a espanhola Maria de Mendonza e Benevides. Desta união surgiu a dinastia Sá e Benevides de grande importância na história de Jacarepaguá, principalmente seus sucessores: os Viscondes de Asseca.

Nas primeiras décadas do século XVII, Gonçalo fundou o engenho do Camorim e dentro do engenho a capela de São Gonçalo do Amarante, que ainda existe nos dias de hoje. No mesmo período, surgiram outras edificações na atual Freguesia que perduram até hoje: a Sede do Engenho D’Água e a Igreja de Nossa Senhora da Pena, no alto da Pedra do Galo.

Na época, essa região de Jacarepaguá, já possuía razoável povoamento, em virtude dos diversos arrendamentos feitos pelos Correia de Sá.

Assim, com a chegada dos primeiros escravos no Rio de Janeiro, que aconteceu em 1614, a maioria veio para os grandes foros de Jacarepaguá.

A característica de Jacarepaguá nos séculos XVII e XVIII, períodos mais ricos do Brasil-colônia, foi a ocupação dos portugueses com a criação de muitos engenhos de açúcar e ao mesmo tempo edificando capelas e igrejas, em comum acordo com o poder eclesiástico. Como os índios não aceitavam a servidão, os colonizadores apelaram para os escravos vindos da África.

O povo indígena foi diminuindo até sua completa extinção ao mesmo tempo que os africanos cresciam nas terras de Jacarepaguá. A população da região em 1797 era de 1.905 habitantes, sendo 437 homens, 562 mulheres e 906 escravos.

No início, a produção seguia pelo mar, através da Barra da Tijuca, até o porto do Rio de Janeiro.

Depois, o caminho passou a ser terrestre pela Estrada Real de Santa Cruz, (hoje, Estrada Intendente Magalhães, Ernani Cardoso e Suburbana). Outro caminho era até o Porto Fluvial de Irajá. Daí seguia-se em pequenos barcos até a atual Praça Quinze.

Jacarepaguá era a região da cidade com mais engenhos de açúcar da época colonial. Os principais eram o Engenho da Taquara, o Engenho Novo (atual Colônia Juliano Moreira), Engenho do Camorim, Engenho D’Água, Engenho da Serra (atual da estrada do Pau Ferro e as encostas da serra da atual Estrada Grajaú-Jacarepaguá) e Engenho de Fora (atual região da Praça Seca).

Além dos Correia de Sá e seu ramo Sá e Benevides, a principal família dos tempos coloniais de Jacarepaguá foi a Teles Barreto de Menezes.

Os monges do Mosteiro de São Bento também tiveram importante papel na história de Jacarepaguá.

Os Beneditinos possuíam terras cultivadas e edificadas no Camorim, Vargem Pequena e Vargem Grande.

Preservaram a Capela de São Gonçalo do Amarante e edificaram a Capeia de Nossa Senhora de Mont’Serrat.

Ao chegar o Império, Jacarepaguá mantinha seu aspecto agrícola. A cana-de-açúcar continuava a ser cultivada, mas a plantação de café tornou-se o mais importante produto econômico dos antigos engenhos.

As terras estavam bastante divididas. Embora ainda imensas, as propriedades eram menores do que as do período colonial.

A principal família continuava a ser a Teles Barreto de Menezes, tradicional do Brasil-colônia, cujos principais engenhos eram o da Taquara, o Engenho D’Água e o Engenho de Fora.

Os Sá e Benevides perdiam a força do poder na região, a cada ano do império e nada possuíam em Jacarepaguá na época da Proclamação da República.

Nascido em Jacarepaguá em 1839 e falecido em 1918 na sua casa da cidade no Arco dos Teles, na atual Praça Quinze.

O Barão da Taquara foi grande benfeitor de Jacarepaguá.

Construiu estradas, escolas e loteou diversas das suas terras, distribuindo muitos lotes para seus escravos alforriados antes da abolição da escravatura. Outro personagem de destaque em Jacarepaguá na época imperial foi o Coronel Tedim, proprietário do Engenho da Serra e grande amigo do Imperador Dom Pedro I.

O monarca brasileiro gostava muito de caçar nas terras do Coronel Tedim. Sem perder o seu aspecto rural, o progresso chegou a Jacarepaguá, após a segunda metade do século XIX.

Durante todo o período imperial, os meios de transportes eram as carroças, carruagens, tropas de cargas e montaria individual a cavalo.

Os habitantes de Jacarepaguá tinham que enfrentar a poeirenta Estrada Real de Santa Cruz, para alcançar a cidade. Em 1858, o trem chegou à Cascadura, logo depois, em 1875, o Bonde puxado a burro ligava Cascadura, Freguesia e Taquara. Foi a maior revolução para o povo de Jacarepaguá.

A distância entre a região e a cidade diminuiu bastante. O trem, movido a carvão, (a famosa Maria-Fumaça), tinha velocidade espantosa para a época.

O século XX chegou quando a República tinha onze anos. Jacarepaguá continuava agrícola. Mas o café perdia completamente o seu domínio.

A atividade granjeira iniciava a sua presença em Jacarepaguá juntamente com o novo século.

As chácaras se multiplicavam a cada ano para abastecer o mercado do Centro e das outras partes próximas da cidade, que, na época, já possuíam aspectos bem urbanos. Jacarepaguá, apesar de ser bastante rural, não abdicava de acolher as novidades do progresso.

A eletricidade entrava no bairro. Os bondes em 1912 deixavam de ser puxados a burro e foram eletrificados.

O Barão da Taquara tinha uma linha de telefone, que ligava a fazenda da Taquara com sua casa do centro da cidade. O cinema mudo se instalava na Praça Seca.

Um pouco mais tarde, na década de 1920, o futebol ganhava espaço no bairro. Na década de 1930, chegava a vez das Escolas de Samba, com o Vai-se-Quizer e Corações Unidos.

No início da década de 1960, os grandes loteamentos já modificavam boa parte do bairro em área urbana com seus problemas peculiares.

Mas a atividade agrícola persistia na maioria das terras da região, fornecendo produção hortigranjeira para toda a cidade do Rio de Janeiro.

A transformação do bairro, mudando completamente a fisionomia agrícola que vinha dos tempos coloniais começou a acontecer a partir da década de 1970, com a formação de grandes indústrias.

Surgiram os enormes conjuntos residenciais e os loteamentos legais e clandestinos. Assim, a população cresceu demasiadamente, fazendo Jacarepaguá uma cidade grande dentro de outra cidade, com todos os problemas inerentes dos intensos centros populacionais.

Apesar da brusca mudança, Jacarepaguá não perdeu a elegância dos tempos remotos. Há ainda lugares, como a Vargem Pequena e Vargem Grande, que servem de amostra da época agrícola do bairro.

Há também rico patrimônio de construções do Rio de Janeiro colonial: igrejas, sedes de engenhos e um aqueduto.

Tudo isso ainda dentre nossas responsabilidades com o futuro está a de valorizar e conservar instalações que contribuem para a vida material e cultural da cidade: os Mananciais nas Serras Limítrofes, o Aeroporto, o Autódromo, o Rio Centro e um Horto Municipal.

Junto às escolas, praças dos condomínios, centros comunitários, de importância local, são estes os legados que oferece a região para que se reconstrua o significado de ser carioca por épocas que estão por vir.









Mas, também, em seus sanatórios muitos artistas viram finar sua vida com a criatividade confundida com loucura.

A natureza e a liberdade - muito verde e a amplidão - sempre se mostraram em Jacarepaguá.

Chácaras antigas, imensas, foram cedendo suas terras, aos poucos retalhadas em nome da urbanização. Era lá, talvez, que ficava o maior paraíso de quintais. Neles, a delícia celestial das frutas.

O Jacarepaguá de hoje é um bairro que está ali pertinho, juntando-se ao Grajaú por aqui e à Barra por lá. As casas sobrevivem dentro de condomínios bonitos, onde a classe média habita olhando os morros para onde subiram os pobres, tangidos pela necessidade.

A cidade moderna chegou a Jacarepaguá, mas não matou desse bairro lindo e amigo o espírito que saboreia as frutas e passeia nos quintais.

Algumas informações sobre Jacarepaguá:

Por volta de 1950 havia cerca de 70 mil pessoas vivendo em Jacarepaguá. Com a descoberta da Barra da Tijuca a região cresceu bastante.

Jacarepaguá tem, hoje, 800 mil habitantes, população maior que muitas grandes cidades do mundo. Ottawa, no Canadá, tem 850 mil habitantes.

Existem explicações para os nomes incomuns que batizam praças e ruas de Jacarepaguá.

O "Largo do Tanque" por exemplo, teve motivo para ganhar esse nome.

No final do século XIX havia grande circulação de bondes com tração animal pela região e esse local fazia parte do trajeto entre a "Porta D'Água", na Freguesia, e a Taquara.

Por isso, em 1875, foi construído um grande reservatório para cavalos e burros matarem a sede. Desde então, passou a ser chamado de Largo do Tanque.

O Largo da Pechincha também tem o seu sentido. Segundo antigos moradores, seu nome faz referência a um mercado em que habitantes do local ofereciam seus produtos com preços baixos para concorrer com o comércio das vizinhas Taquara e Freguesia.

Já a Praça Seca, nada tem a ver com o clima e, sim, com uma homenagem feita aos Viscondes de Asseca, descendentes do Governador Salvador Correia de Sá e Benevides, fundador da região.

Um ponto de bifurcação no local foi denominado "Largo de Asseca" e, tempos depois, quando virou praça, houve supressão das duas primeiras letras por parte dos moradores e o nome ficou "Praça Seca".

O Autódromo de Jacarepaguá foi construído em 1960, mas demorou 18 anos para receber a primeira corrida de Fórmula 1.

Na estréia da pista, no dia 29 de janeiro de 1978, o argentino Carlos Reutemann foi o vencedor e o brasileiro Emerson Fittipaldi chegou em segundo lugar.

Com a expansão da Barra da Tijuca o autódromo, assim como o Aeroporto de Jacarepaguá, hoje são considerados como pertencendo à Barra da Tijuca.

Fonte de consulta: O GLOBO - BARRA







Um comentário:

Natureza e Arte disse...

Ótima fonte de informação! Parabéns pelo Blog!